SOBRE O VALE DO CAFÉ


EXPRESSÃO CULTURAL







Caninha Verde


A Caninha Verde é uma dança de origem portuguesa da região do Minho, coreografada em pares, introduzida no Brasil durante o ciclo da cana-de-açúcar. Presente em várias regiões do Brasil, foi desenvolvendo algumas particulares em cada região. Os músicos utilizam instrumentos como a sanfona e o pandeiro e os dançarinos fazem a coreografia, utilizando bastões para marcar o passo, com batidas alternadas formando a grande roda, e assim seguem distribuindo alegria por onde passam.

Na região, alguns poucos grupos ainda registram esta tradição. Um deles, o Caninha Verde do Morro da Vaca, em Vassouras, é comandado pelo cozinheiro aposentado Manoel João dos Santos, o Manoel de Ferreiros, que herdou a tradição da família. O apelido vem do fato de que Seu Manoel organizou, por 20 anos, uma cana verde em Ferreiros.

Aos 79 anos, ele e se apresenta acompanhado pelo sanfoneiro José Carlos Nascimento, o Manjica, e um grupo infantil de oito meninos e meninas, entre 12 e 13 anos, que orienta com a ajuda de José Luis Tavares. Eles dizem que ensinar às crianças é uma forma de matar as saudades. Os três, que frequentam bailes três vezes por semana para dançar e tocar, participavam de três grupos adultos de cana verde que havia em Vassouras.

Em roda, com o sanfoneiro no meio comandando o canto do calango, os participantes - todos usando chapéu de palha - viram de um lado para outro, batendo pedaços de madeira de 1,4 metro que representam a cana-de-açúcar. "A dança Cana Verde vem de Portugal, mas a cantoria do calango foi uma adaptação brasileira", conta Seu Manoel.

O grupo costuma se apresentar em eventos que celebram a cultura na região.

Fontes: Informativo Hotel Santa Amália – Ed. 2 – abril 2014 / http://mapadecultura.rj.gov.br

Expressão Cultural - Caninha Verde

Expressão Cultural - Caninha Verde



Capoeira


A capoeira ou capoeiragem é uma manifestação cultural que se caracteriza por sua multidimensionalidade – é ao mesmo tempo dança, luta e jogo. É caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras com acrobacias em solo ou aéreas.

A música é um componente fundamental da capoeira, dando ritmo e estabelecendo o estilo de jogo durante a roda.

O aspecto de luta é sutil e disfarçado. Os capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo em um gesto amigável. Símbolo da cultura afro-brasileira, da miscigenação de etnias e de resistência à opressão, a capoeira se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro.

Há registros da prática da capoeira, durante os séculos XVIII e XIX, no Rio de Janeiro, no Recife e em Salvador e, o mais antigo, foi encontrado pelo jornalista Nireu Cavalcanti. O documento data de 1789 e se refere à libertação de um escravo chamado Adão, preso nas ruas do Rio de Janeiro devido à prática da capoeiragem, o que mostra que a repressão acontecia antes mesmo da criminalização da capoeira, em 1890, durante o governo provisório do Marechal Deodoro da Fonseca. Com o fim da escravidão e o início da República, a capoeira é inserida, “com todas as letras”, no Código Penal Brasileiro através do decreto de 11 de outubro de 1890.

Ao longo dos anos, importantes intelectuais brasileiros e alguns estrangeiros fizeram da capoeira seu objeto de estudo e pesquisa. Tal interesse contribuiu, significativamente, para uma nova visão da sociedade sobre as manifestações culturais afro-brasileiras.

A capoeira passou a ser conhecida nacionalmente, no século XX, a partir da Bahia. As rodas organizadas pelos experientes Mestre Bimba e Mestre Pastinha atraíram intelectuais e turistas.

Em 1972 houve o início do processo de esportização da capoeira, homologado pelo CND - Conselho Nacional de Desportos, que submeteu a prática da capoeira às regras do pugilismo.

Depois de dar a volta ao mundo e alcançar reconhecimento internacional, a capoeira se tornou patrimônio cultural brasileiro, a partir de 15 de julho de 2008. O instrumento legal que assegura a preservação do patrimônio cultural imaterial do Brasil é o registro, instituído pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

No Vale do Café, essa importante manifestação cultural é mantida e difundida por grupos que contribuem para que essa arte continue sendo ensinada através de seus mestres.

A Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte Capoeira (Abadá Capoeira), está consolidada há mais de dez anos na cidade de Vassouras e mantém a tradição, participando de eventos como os Jogos Mundiais, no Rio de Janeiro.

Fontes:
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Mapa de Cultura do Rio de Janeiro

Expressão Cultural - Capoeira

Expressão Cultural - Capoeira



Folia de Reis


No interior do estado do Rio de Janeiro, os festejos de Natal ainda são comemorados por grupos que visitam as casas tocando músicas em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de Cristo. Essas manifestações festivas estendem-se até as datas consagradas aos Reis Magos, 6 de janeiro e a São Sebastião, 20 de janeiro. Trata-se de uma tradição originária da Espanha que ganhou força, especialmente no século XIX, e mantém-se viva em muitas regiões do país.

A visitação das casas é feita por grupos organizados, chamados de Folia de Reis e são compostos por músicos tocando instrumento tais como viola caipira, sanfona e acordeon.

Além dos músicos instrumentistas e cantores, os grupos, muitas vezes, trazem os dançarinos ou palhaços com suas máscaras. Todos se organizam sob a liderança do mestre da folia e seguem com reverência os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural.

Na região do Vale do Café essa tradição não poderia faltar. Alguns munícipios como Vassouras, Barra do Piraí, Paraíba do Sul, Valença, Piraí, entre outros, ainda mantém viva a tradição. A AGFORV – Associação dos Grupos de Folia de Reis de Valença-RJ, permanece atuante, através de apresentações dos grupos, em diversos eventos que envolvem esta cultura popular oferecendo, inclusive, cursos de acordeon e sanfona em sua sede.

Fontes:
Mapa de Cultura do Rio de Janeiro
Wikipédia

Expressão Cultural - Folia de Reis

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